[Entrevista] Larissa Tinelly Atleta de Fortaleza-Ce

Publicado por: Bizine

• 1- O que te levou a praticar esse esporte/modalidade?
  Conheci o patins inline no calçadão da beira mar, de quebra conheci duas modalidades que me chamaram muito a atenção: o slalom e “street”. Foi amor à primeira vista por ambos, eram coisas totalmente diferentes dos esportes populares no Brasil, decidi que queria fazer tudo aquilo e como sou gulosa não bastava praticar só um, tinha que ser os dois. Recentemente descobri o hockey através de um amigo do street que me convidou para ir aos fins de semana.

 

• 2- O que o patins representa na sua vida?
  É a minha forma de escapar das frustrações da vida, de pôr para fora toda a energia negativa do estresse do dia, de extravasar a raiva, é meu escape dos problemas da realidade, me traz paz de espirito, felicidade, bons momentos com pessoas ótimas, uma forma de superar meus limites, domar o medo e é claro ter uma consciência corporal.

 

• 3- Qual sua opinião sobre a visão da figura feminina nesse esporte?
  É até irônico falar disso hoje em dia. Até algum tempo, no street, além do preconceito dos homens, as mulheres de fora da modalidade também tinham, e viam o street como algo ofensivo, perigoso e que afeta a feminilidade da mulher, além de ser considerado um esporte para homens, e isso também acontecia no hockey.
  Nasce assim um velho tabu imposto no patins, que o slalom é para mulher por ser mais artístico e o street  e hockey para homem por serem mais radicais e agressivos,  o homem que praticasse slalom era visto como “gay” e mulher que praticasse street era vista como “lesbica”, e o pior disso tudo é quando o preconceito vem dos próprios patinadores.
  Hoje isso tem mudado muito, cada vez mais as mulheres estão ganhando espaço, algumas até passando do nível masculino o que antigamente era fora de cogitação.

 

 

• 4- Você tem alguma história engraçada ou importante que tenha acontecido em relação ao patins?
  Estava ensinando duas amigas a patinar no calçadão, lotado, da beira mar, aí do nada somos surpreendidas por uma chuva forte e desesperadas para voltar logo, mesmo com o chão molhado, continuamos a patinar. Quando de repente uma desequilibra e agarra na outra, e advinha o que a outra faz?! Me agarra também (risos), desesperada por apoio agarro o primeiro cesto de lixo que vejo, mas ele não estava fixo ao poste e o resultado disso foi as três caindo numa possa de água com o cesto de lixo por cima da gente, como se não bastasse a sujeira aliada a água, ainda rasguei o short (risos).
  Essa outra história morro de rir até hoje, simplesmente uma mega queda minha que colocaram no vídeo chamada do Niss (campeonato de street) de 2012, impossível não rir da minha cara de dor. https://www.youtube.com/watch?v=Nd-3Wqvu_UA (1:20)
  Essa história aconteceu em uma noite que saí muito apressada de casa e esqueci a calça do role,  então um amigo meu (Glauber) me emprestou a calça dele e em troca ficou patinando com meu mini short jeans tamanho 36 no skate Park lotado de gente, rimos muito.

 

• 5- O que o esporte mudou na sua vida?
  O esporte mudou tudo na minha vida, antes era uma forma de preencher o tempo livre, agora tento arranjar mais tempo para dedicar a ele, sem falar nas amizades que me trouxe, o bem estar e a sensação de liberdade não tem preço.

 

 

• 6- Você imaginaria sua vida hoje sem o patins?
  Apesar de ter vários hobbies não me imagino sem minhas rodinhas, já virou até um meio de transporte.

 

• 7- Você vê preconceito da sociedade em relação ao esporte?
  É normal as pessoas nos olharem com certo espanto, pois são modalidades bem recentes no país, no slalom, por parecer uma dança sempre que veem me perguntam se é patinação artística acho bem tranquilo. Já no street rola preconceito por ser mais perigoso, mesmo usando equipamento de proteção estamos sujeitos a desgastes físicos e quedas violentas, além disso, as pessoas fazem associações dos patinadores a marginais que vão as pistas para depredar o patrimônio publico. Felizmente estamos aos poucos mudando essa visão.